Perfil nutricional e bioquímico de indivíduos em abstinência de crack e cocaína.

Nome: ISABELLA VARANDA OLIVEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/07/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE GUSTAVO VASCONCELOS COSTA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE GUSTAVO VASCONCELOS COSTA Orientador
FABIANA DE CASSIA CARVALHO OLIVEIRA Examinador Externo
JOEL CAMILO SOUZA CARNEIRO Suplente Interno
LUCIANE DANIELE CARDOSO Suplente Externo
NEUZA MARIA BRUNORO COSTA Examinador Interno

Resumo: O uso de drogas é um problema global disseminado entre homens e mulheres, independente da idade e classe social, podendo afetar o estado nutricional de seus usuários. Objetivou-se avaliar o perfil bioquímico, antropométrico, dietético e a composição corporal de dependentes químicos em fase de abstinência. Foram recrutados 30 usuários de crack/cocaína em abstinência. O tempo médio de uso de crack/cocaína foi de 9,71 ± 6,14 anos, e a mediana do tempo de tratamento foi de 90,0 (7,0 - 730,0) dias. No total, foram 14 homens e 16 mulheres em tratamento na Fazenda da Esperança São Francisco de Assis de Alegre-ES e na Clínica de Reabilitação Casa da Paz de Cachoeiro de Itapemirim-ES. Após anamnese geral e aferição da pressão arterial, foram avaliados perfil lipídico, hemograma completo, glicemia, insulina, proteína C reativa, fosfatase alcalina, aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), gamaglutamiltranspeptidase (GGT). Foram aferidos peso, estatura, perímetro da cintura, perímetro do quadril, pregas cutâneas tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca e calculada a relação cintura-quadril, relação cintura-estatura e o índice de massa corporal. A avaliação da composição corporal foi realizada por bioimpedância tetrapolar. O consumo alimentar anterior ao período de abstinência foi avaliado pelo Questionário de Frequência Alimentar, e durante o período de abstinência pelo Recordatório 24 horas e pelo Índice de Qualidade da Dieta Revisado. A ingestão alimentar foi quantificada em per capita diário. Para a comparação entre os gêneros, aplicou-se o Teste de Normalidade de Shapiro-Wilk e em seguida, o teste t de Student ou teste de Mann-Whitney, para dados paramétricos ou não paramétricos, respectivamente. Para as correlações aplicou-se o teste de Pearson ou de Spearman, dependendo da característica das variáveis, paramétrica ou não paramétrica, respectivamente. Foram encontrados níveis elevados de colesterol total (53,33%), triacilgliceróis (36,67%), LDL (46,67%), VLDL (33,33%), índice de Castelli I (40%) e índice de Casteli II (36,67%); bem como níveis baixos de HDL em 76,67%. Foram encontradas altas prevalências de excesso de peso (72,33%), excesso de gordura corporal (76,67%) e altos valores de perímetro da cintura (63,33%), relação cintura-quadril (40%) e relação cintura-estatura (70%). Em relação ao Questionário de Frequência Alimentar, observou-se consumo frequente de alimentos ricos em carboidratos e proteínas, e baixo consumo de frutas e hortaliças. De acordo com o Recordatório 24 horas, verificou-se excesso no consumo de colesterol total (36,67%), ácidos graxos saturados (46,67%), açúcar livre (96,67%); além de baixa ingestão de cálcio (60%), ferro (30%), zinco (23,33), magnésio (60%), retinol (96,67%), vitamina D (96,67%), vitamina C (43,33%), vitamina E (100%) e fibras (80%). O Índice de Qualidade da Dieta Revisado demonstrou que a dieta dos indivíduos necessita de modificações. Foi verificada correlação positiva entre os triacilgliceróis e VLDL com o perímetro da cintura, relação cintura-estatura, relação cintura-quadril, massa muscular e pressão arterial diastólica. Ainda, correlações positivas foram observadas entre o início do uso de crack e cocaína e os níveis de ALT, GGT, triacilgliceróis, VLDL, índice de Castelli I e índice de Castelli II. A maioria dos usuários de crack e cocaína estudados apresentou riscos de doenças crônicas, particularmente problemas cardiovasculares, devido ao alto consumo de colesterol total, ácidos graxos saturados e açúcar livre, baixo consumo de micronutrientes, bem como pelo excesso de peso e de gordura corporal e pelos níveis elevados de lipídeos sanguíneos. Alguns, apresentaram riscos de danos hepáticos devido a alterações nos níveis de ASL, ALT, GGT, PCR e fosfatase alcalina.

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